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O que a ciência explica

Como a Ayahuasca interage no nosso organismo

Este artigo busca de maneira resumida, explicar a interação farmacológica da bebida Ayahuasca com o corpo humano, visando orientar a pessoa que busca esta experiência, para as reações possíveis e desta forma o interessado ter mais embasamento científico para tal escolha e conhecer também as possíveis contraindicações. As folhas da Psychotria Viridis (Rainha) contêm o alcalóide DMT (dimetiltriptamina), com a fórmula química idêntica a de um neurotransmissor (a serotonina).

 

Não são psicoativas quando ingeridas isoladamente, devido à rápida destruição deste alcalóide pela MAO (monoamina oxidase), uma enzima naturalmente presente no organismo humano. Esta enzima, fisiológicamente presente no sistema digestivo, tem como função destruir as diversas monoaminas naturalmente contidas nos alimentos. As betacarbolinas (harmina, harmalina e tetra-hidroharmina) contidas no cipó jagube têm ação inibidora sobre a MAO, elevando os níveis de serotonina no organismo.

 

Assim, cerca de trinta minutos após a sua ingestão, já atingindo o intestino delgado, seu principal alcalóide psicoativo é absorvido pela corrente sanguínea, segue até o sistema nervoso central. Efeitos purgativos e eméticos podem ocorrer.

A DMT, tão logo ingerida, é normalmente oxidada e decomposta pela enzima MAO. No caso da Ayahuasca, no entanto, ocorre que as betacarbolinas contidas no jagube inibem a enzima MAO a ponto de evitar a degradação da DMT, possibilitando a sua absorção e penetração na corrente sanguínea, afetando os neurônios serotonérgicos e gerando uma hiperestimulação das funções cerebrais perceptivas, cognitivas e mnemônicas, (arte de ajudar as percepções da memória) que desencadeia uma liberação de emoções reprimidas, recordação de memórias remotas e geração de imagens arquetípicas. Por uma questão de prudência e prevenção de problemas, o uso da Ayahuasca deve ser evitado concomitantemente com elementos inibidores da MAO, já que poderia levar à chamada “síndrome serotonérgica”. Também não é recomendado para pessoas em tratamento com fármacos psicoativos, principalmente antidepressivos. O seu uso é contraindicado para usuários dos seguintes medicamentos: Fluoxetina (Prozac e similares), Paroxetina (Aropax, Cebrilin, Pondera), Sertralina (Novativ, Sercerin), Citalopram (Denyl, Cipramil), Imipramina (Tofranil), Desipramina (Norpramina), Clomipramina (Anafranil), Venlafaxina (Efexor), Tranilcipromina (Parnate, Stelapar), Fenelzina (Nardil), Lítio (Carboclim, Litiocar, Neurolithium), Ritalina. Além disso, não é apropriado para pessoas com personalidades esquizóides, pré-psicóticos e neuróticos com instabilidade de identidade e altos níveis de ansiedade, como síndrome do pânico. Fonte: Departamento e Instituto de Psiquiatria – Faculdade de Medicina – Universidade de São Paulo http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol32/n6/310.html

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